domingo, 21 de julho de 2013

NÃO CONSIGO LIDAR COM O MEU FILHO, ELE NÃO ME OBEDECE EM NADA!


Não consigo lidar com o meu filho, ele não me obedece em nada!

Caso fictício: “Tenho um menino de 7 anos que não obedece absolutamente nenhuma ordem minha. Eu não sei mais o que fazer.
Ele me desafia o tempo todo, não consigo fazer ele dormir antes das 02 da manhã, joga todos os brinquedos pela casa, quando tento guardar seus brinquedos no quarto dele ele vai jogando tudo para fora, pega o lanche da escola e joga no chão, faz birra. Não se quer vestir...  Estou exausta, já tentei de tudo. Meus familiares reclamam do meu filho e dizem que eu não sei colocar limite, mas eu faço de tudo e ele não me obedece. 

O que eu faço?

Você já ouviu falar em  Transtorno Desafiador Opositivo?



 Ele atinge em geral  a faixa compreendida entre 7 a 10 anos de idade, e cerca de 2 a 16% das crianças em idade escolar... e pode perdurar por toda a vida, levando inclusive a outros transtornos mais sérios.

COMO SABER SE SEU FILHO SOFRE DESTE TRANSTORNO?

Segundo o CID 10 (Código Internacional de Doenças): Ele é classificado como F91.3 - 313.81.                                                                                                                                                      
A principal característica do Transtorno Desafiador Opositivo é a observância de um comportamento negativista, desafiador, desobediente, hostil principalmente com figuras de autoridade (família).                                                                                                                       
Ele persiste por pelo menos 6 meses e para se fechar o diagnóstico e percebemos a ocorrência frequente de pelo menos quatro dos seguintes comportamentos citados acima.                                                                                                                                                    
Para que se confirme o diagnóstico, estes comportamentos devem ocorrer com maior frequência do quem em crianças da mesma faixa etária e é importante observar se isso vem prejudicando tanto socialmente, nos estudos, ou nas atividades extra curriculares . Em geral, estes comportamentos são mais frequentes em casa ou em lugares que a criança se sinta muito a vontade, mas também podem ocorrer na escola, no supermercado, na rua e etc.                                                                                                                         
É fundamental que essa criança seja avaliada por um profissional experiente em caso de dúvidas, pois muitos fatores podem levar a comportamentos bem parecidos.                             
Mesmo quando o diagnóstico deste transtorno não é confirmado,  pacientes que apresentam comportamentos neste nível devem obrigatoriamente ser acompanhados por psicólogos.                                                                                                                                    
Existem inclusive casos mais graves que necessitam  de medicação como complemento ao tratamento psicológico.                                                                                                                
Durante os anos escolares, pode haver baixa autoestima, instabilidade do humor, baixa tolerância à frustrações, uso de palavrões, uso precoce de álcool, cigarro ou drogas. Existe frequentemente conflitos com os pais, professores, irmãos e companheiros.                                  
Pode haver um círculo vicioso, no qual os pais e a criança trazem à tona o que há de pior um do outro.                                                                                                                                      
O Transtorno Desafiador Opositivo é mais comumente encontrado em famílias em que as crianças são cuidadas por diferentes pessoas, com diferentes regras ou em famílias nas quais as práticas são ora extremamente flexíveis, ora extremamente rígidas. São comuns casos em que a educação dessas crianças é feita por uma terceira pessoa que não os pais.                                                                                                                                                 
É interessante notar que O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade também é comumente encontrado em crianças com Transtorno Desafiador Opositivo, bem como os Transtornos da Aprendizagem e da Comunicação.                                                                            
É muito comum em crianças pré-escolares e adolescentes, deve-se ter cuidado ao fazer o diagnóstico de Transtorno Desafiador Opositivo, especialmente durante esses períodos do desenvolvimento.                                                                                                                                  
O número de sintomas de oposição tende a aumentar com a idade, e em geral continua e até se agrava na fase adulta. O início é sempre gradual, e pode levar, quando não tratado na fase inicial (infância e adolescência) ao Transtorno da Conduta na fase adulta. O Transtorno Desafiador Opositivo é mais comum em famílias nas quais existe discórdia conjugal.                                                                                                                                                   
Os comportamentos de oposição também devem ser diferenciados do comportamento que resulta da desatenção e impulsividade no Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade. Quando os dois transtornos ocorrem simultaneamente, ambos os diagnósticos devem ser feitos.                                                                                                        
O comportamento oposicional é uma característica típica de certos estágios do desenvolvimento (infância ou adolescência).                                                                                        
Um diagnóstico de Transtorno Desafiador Opositivo deve ser considerado apenas se os comportamentos ocorrem com maior frequência e têm consequências mais sérias do que se observa tipicamente em outros indivíduos de estágio evolutivo comparável e se acarretam prejuízo significativo no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional.
Observe seu filho atentamente, e na dúvida, procure orientação de um profissional.

Algumas dicas práticas podem ajudar:

1 - É indicada a realização de esportes coletivos, para auxiliar na socialização e na formação de conceitos como disciplina e respeito; judô, caratê são altamente indicados.

2- Explicar claramente regras e instruções, ou seja, trabalhar a questão dos LIMITES!
3 - Proponha acordos de forma assertiva...
4- É FUNDAMENTAL que se elogie atitudes positivas;
5- Evite ao máximo punições físicas!!!
6- Retire privilégios (computador, tv...) em casos de agressividade; e não o puna física ou emocionalmente!
7- Momentos de lazer com toda a família são de grande importância. 

A integração familiar é essencial para o sucesso do tratamento!


E geral o tratamento utilizado para crianças e adolescentes

com esse diagnóstico é a utilização de técnicas cognitivo-comportamentais
associada à orientação a pais e professores.                                                                                         

Não existe ainda um medicamento específico para tratar este transtorno, em casos muito severos alguns farmacológicos podem ser utilizados como coadjuvantes a psicoterapia e exercem a função de AMENIZAR os sintomas.                                                                          

Desvantagem: Quando não tratamos a CAUSA... não aprendemos NADA com isso. Neste caso, deve ser analisada a real necessidade do uso de medicação, e de preferência por um curto espaço de tempo, até que a psicoterapia comportamental cognitiva e o acompanhamento familiar surjam efeito.